Análise da série The Walking Dead (7ª temporada)


Atenção! O texto a seguir contém spoilers da sexta temporada de The Walking Dead.

Negan (Jeffrey Dean Morgan) deixou Rick (Andrew Lincoln) e seus companheiros em um beco sem saída. Depois que os seus homens bloquearam a passagem dos sobreviventes de Alexandria em diversas estradas, o líder dos Salvadores apareceu pela primeira vez e, de cara, já mostrou toda a sua crueldade. Tínhamos a certeza de que ele havia matado alguém com Lucille, o seu taco de beisebol com arame farpado, mas o vilão foi além e vitimou uma segunda pessoa quando Daryl (Norman Reedus) tentou atacá-lo. Como se tirar a vida de Abraham (Michael Cudlitz) e Glenn (Steven Yeun) não fosse o suficiente, o antagonista faz um jogo psicológico com Rick até ter a certeza de que o ex-policial seria submisso a ele.

Agora, todos teriam que trabalhar para os Salvadores ou mais mortes aconteceriam. Negan também deixa um recado final: em uma semana ele iria até Alexandria para buscar suprimentos. Sem ter o que fazer, Rick e mais alguns começam a sair em busca de alimentos e outras coisas úteis, algo que não é bem recebido por todos. Alguns começam a questionar a liderança do pai de Carl (Chandler Riggs), enquanto outros não concordam com a subordinação que foi imposta. Depois da morte de Lori, esse certamente é o momento mais difícil enfrentado por Rick durante a sua jornada de sobrevivência. Leva um tempo até que o personagem consiga se restabelecer e desempenhar novamente o papel central que ele sempre teve. Enquanto isso não acontece, atos pouco racionais são praticados e mais mortes acontecem, ao mesmo tempo que o sentimento de vingança passa a ser cada vez mais alimentado.

Levado por Negan, Daryl é mantido como prisioneiro no Santuário, a sede dos Salvadores. Aos poucos, vamos conhecendo a estrutura e as atrocidades que acontecem no local. Além dos capangas de Negan, o Santuário também é a casa de vários trabalhadores, que só estão ali porque não têm outra escolha; eles ficam em um grande galpão e usufruem muito pouco daquilo que os Salvadores conseguem explorando outras pessoas. Uma das coisas que mais chama a atenção nesse arco é a relação de Negan e Dwight: além de trabalhar para o vilão, Dwight também precisa engolir o fato de sua esposa ter se tornado uma das várias mulheres do seu chefe.

Lembra dos cavaleiros que apareceram no final da temporada passada para ajudar Carol (Melissa McBride) e Morgan (Lennie James)? Eles fazem parte do Reino, um lugar em que todos parecem estar vivendo uma fantasia. As pessoas da comunidade se comportam como se estivessem na era medieval e são lideradas por uma pessoa conhecida como Rei Ezekiel (Khary Payton). Tal como acontece com Hilltop e Alexandria, o Reino também precisa regularmente entregar suprimentos para os Salvadores. A principal diferença é que o grupo de Negan não entra na comunidade para a operação, tudo acontece do lado de fora, em uma outra localidade. No Reino, Carol recebe tratamento médico e Morgan passa a ensinar suas habilidades para os mais jovens. Carol infelizmente é uma personagem que ganha pouco destaque, o dilema que ela estava enfrentando poderia ter tido um grau de profundidade muito maior.

Em Hilltop, a presença de Maggie (Lauren Cohan) deixa Gregory (Xander Berkeley) visivelmente incomodado, principalmente quando ela e Sasha (Sonequa Martin-Green), junto com Jesus (Tom Payne), agem para garantir a segurança da comunidade. Aos poucos, Maggie vai ganhando cada vez mais respeito entre as pessoas, enquanto Gregory tenta encontrar formas de manter o seu prestígio, principalmente com os Salvadores. Se sozinho Alexandria não era capaz de derrotar Negan, uma união com Hilltop e o Reino poderia ser uma boa alternativa, e é isso que Rick tenta fazer ao conversar com Ezekiel e Gregory.

Duas outras comunidades são inseridas na trama do sétimo ano. A primeira delas, Oceanside, é formada exclusivamente por mulheres que vivem escondidas no meio de uma floresta. Militarmente bem equipadas, elas não hesitam em atirar em qualquer um que se aproxime das suas instalações. Oceanside conhece bem os Salvadores, já lutaram contra eles e também foram alvo das atrocidades cometidas por Negan. O segundo grupo está instalado em um lixão e é liderada por Jadis (Pollyanna McIntosh). Ambos contribuem, direta ou indiretamente, pelo resultado provocado na batalha retratada no décimo sexto episódio, que junto com o capítulo de estreia, é um dos poucos momentos realmente empolgantes da temporada.


Considerações finais
O avassalador episódio de estreia da sétima temporada, um dos melhores da série, foi tão impactante que a sua violência excessiva foi debatida nos Estados Unidos. Uma pena que o restante da temporada não entrega capítulos consistentes: entre o primeiro e o último episódio, poucos são os acontecimentos relevantes e que realmente chamam a atenção. Além de apresentar um desenvolvimento muito lento, a atração acaba gastando tempo excessivo com personagens que não possuem grande relevância na história.

Enquanto a adição de novos grupos de sobreviventes e a presença marcante do imprevisível Negan trouxeram um novo ar para a série, houve uma perda de qualidade devido à falta de ousadia e eventos cansativos e sem graça. O episódio final apresenta momentos interessantes, mas a verdade é que a batalha contra os Salvadores ficou bem abaixo da expectativa que foi criada. Realmente espero que a oitava temporada seja mais intensa e com menos fragmentações de enredo.

Nota
★★★☆☆ - 3 - Bom


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Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

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